sábado, 1 de setembro de 2012

Eu não pensei que um filme fosse me perturbar tanto...

...ao ponto de me fazer blogar aqui!

Assisti essa manhã o filme Midnight in Paris, de Woody Allen. Tenho de admitir que só aluguei o filme por causa do Tom Hiddleston, que aparece como o escritor Scott Fitzgerald, e não dura muitas cenas...
Tom "Lindo" Hiddleston no filme
Mas o filme me cativou, me fez pensar...

Fala sobre um escritor insatisfeito em trabalhar fazendo roteiros medianos pra Hollywood que, em Paris, acaba indo parar todas as noites na década de 20, sua  época favorita. Lá ele conhece Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Scott Fitzgerald, entre outros.
Com seus ídolos do passado ele aprende a ousar, e com isso ele consegue deixar de se frustrar com seu presente.
Owen Wilson, o protagonista
O filme tem muito mais, é delicioso pra um domingo à tarde, apesar de eu ter assistido num sábado de manhã. Me fez querer viajar assim no tempo, imaginando como seria conhecer Vivaldi, Ticiano, Rembrandt, e tantos outros artistas que eu admiro. Imaginar como seria conhecer a vida dessas pessoas, o que as inspirava, o modus operandi de suas mentes...
Auto retrato de Rembrandt
Mas o que mais me incomodou, me pegou, nesse filme, foi que me obrigou a lembrar que eu não sou uma pessoa normal, mesmo que trabalhe de segunda à sexta, que eu nunca vou servir pra rotina...
Me fez querer fazer o que melhor sei fazer: arte. Seja ela qual for. Não consigo pensar em lucros, em dinheiro, eu pinto, desenho, escrevo, porque eu preciso fazer isso e quando não faço - como agora - algo em mim me cobra e a frustração me consome, e eu fujo, assim como o protagonista do filme, fujo pra onde eu penso que poderia ser mais feliz.
Antonio Lucio Vivaldi
Só que engana-se quem acha que um artista é feliz. Pra ser um artista, acho, o principal é ser frustrado com a vida real. Arte é fuga, sempre. É querer que o mundo seja diferente, mesmo que pra isso você precise reescrevê-lo à sua maneira.

E eu sinto falta de reescrever meu mundo, com tinta, lápis de cor ou com caneta e papel em folhas e mais folhas de histórias. O mundo real nunca será o que eu queria que fosse, então eu crio muitos mundos pra me satisfazer.