terça-feira, 26 de outubro de 2010

Saudades macias

Não sei porque macias, mas a sensação que tive foi assim.
Voltando pra casa, desviei numa rua, pra fazer um caminho diferente, e numa casa fechada de muro baixo, me deparei com as árvores também baixas, que espiam a rua, jogando seus braços pra fora.
Numa das arvorezinhas vi pontinhos laranjas e vermelhos. Tive que parar.

Pitangas

Pitangas maduras, outras nem tanto. Não resisti. Peguei uma e mordi. Nem era a mais bonita, nem estava muito doce. Era azedinha, com gostinho de caroço, pequena. Mas o gosto me deu vontade de chorar....

Fui jogada num milésimo de segundo na minha infância. No terreno na frente da minha casa e na pitangueira que não está mais lá, disputada por todas as crianças da rua e das vizinhanças.... Fui jogada nos braços do meu pai, com cheiro de casca de árvore e de terra e gosto de pitanga. Azedo, mas não ruim.

A lembrança me fez suspirar. Pensar em como uma frutinha me jogou tão rápido e fortemente em lembranças tão antigas. Eu tinha 6 anos quando subia na pitangueira com meu pai, quando minha mãe não estava em casa. Eu, meu irmão, meus primos, todo mundo com meu pai. Todo mundo bagunçando e rindo e comendo pitangas....

Fiquei lá comendo pitangas e saboreando lembranças macias e felizes de um tempo em que eu era inocente e tinha meus pais, meu irmão era um menino lindo e todos os meus primos moravam perto de mim.....

minha prima Vanessa, meu irmão, "tia" Conceição e eu, no pré

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